quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Os Swazis
Eles habitam a divisa da África do Sul com a Suazilândia, um dos menores países do continente africano, a oeste de Moçambique e mantêm viva até hoje - após milênios de proibição - a fala do idioma Swati. Saiba mais sobre essa nação africana e o local onde vivem

-Os swazis não desenvolveram a escrita quando eram soberanos e sua história foi transmitida oralmente de pai para filho através do idioma Swati. Sem a escrita, não existe nenhum registro deles antes da dominação que sofreram – durante muitos e muitos anos – por parte dos tarsitas. Mesmo sem sua história e proibidos de falar seu idioma oficial, o Swati, a língua é mantida até hoje. O idioma é muito semelhante ao dialeto das nações Zulu e Xhosa.

-Eles são descendentes dos Nguni (pastores de gado) e acabaram migrando para o sul da África devido a esta atividade. Os Swazis chegaram à região da Suazilândia entre o século 12 e 14.

-As mulheres swazi usam, tradicionalmente, os cabelos no estilo conhecido como black power natural. Chamado de colméia tem uma trança única em volta e, por cima do penteado, cores cru, contas e búzios na sua decoração.

-Para a cerimônia de casamento entre os swazis, um parente deve colocar na mulher, no último momento, uma coroa de miçangas com uma bexiga inflada de bode abatido. O ritual serve para dar à noiva boa sorte em sua nova vida.

-A Suazilândia é um país independente e, embora as cidades pareçam modernas, a vida rural predomina e gira em torno da criação de gado, mantendo um sistema patriarcal de chefes e anciãos nas aldeias. A monarquia detém o poder absoluto. Quem dita as regras é o rei Mswati III. Ele foi educado na Sherbourne School, na Inglaterra, e controla diretamente a economia e o governo, mas faz questão de manter as tradições que outras nações africanas abandonaram.

-Todos os anos, a população jura lealdade ao rei em uma cerimônia chamada Ncwala, que dura cerca de quatro dias e seleciona possíveis jovens para, futuramente, serem eleitos. No terceiro dia, um touro é libertado, e esses jovens devem capturar e matar o animal usando apenas as mãos. Uma prova de coragem e força!

-Para esta cerimônia, são enviados alguns mensageiros para a costa de Moçambique para recolher a “espuma das ondas” do Oceano Índico e trazê-las para a “festa”. No último dia, são queimados os bens reais e utensílios domésticos, no recinto real, onde o povo realiza danças para o rei. Enormes fogueiras são acesas nas colinas ao redor, e é comemorado o início do Ano Novo. A cerimônia pode ser vista por todos, mas é proibido fotografar.

-Outra grande cerimônia na Suazilândia é o Umhlanga, ou Reed Dance, que acontece uma vez por ano e dura uma semana inteira. É uma festa para marcar a transição das moças solteiras para a condição de mulheres, que passam a ser aptas ao casamento. O rei é quem escolhe os candidatos para as mulheres jovens que farão parte da família real. De maneira discreta, as moças se vestem de roxo e colocam penas em seus cabelos.

-O povo da Suazilândia tem uma longa tradição do ocultismo e do contato com o mundo espiritual. Existe até uma escola nacional de formação para Inyangas (adivinhos) e Sangomas (curandeiros), patrocinada pelo governo. O culto dos ancestrais é amplamente praticado, quase sempre misturando o cristianismo evangélico.

-A nação Swazi é famosa também por suas artes e há barracas e mercados por todo o país com esculturas, jóias e as tradicionais armas, como lanças e escudos.

-A Suazilândia é um país que pratica a poligamia. O rei Mswati III, por exemplo, coroado aos 18 anos, se casou 14 vezes, além de ter mais duas noivas. Mas seu pai, Sobhuza II (que reinou de 1921 a 1982) superou, teve uma marca impressionante. Ao todo, foram 120 esposas.

-A poligamia no país é vista como um dos principais meios para a propagação do vírus HIV. Suazilândia tem um alto índice de pessoas infectadas, cerca de 26% da população local, um dos maiores do planeta. A expectativa de vida no país é de apenas 32 anos.

Por Sonia Nascimento fotos Rafael Cusato

Nenhum comentário:

Postar um comentário